quinta-feira, 19 de julho de 2018

Texto de Ensino Religioso para 7º ano

AS VIRTUDES DOS ANTIGOS                                                     
Desde os antigos gregos, há quatro virtudes consideradas cardeais, isto é, essenciais para que o ser humano seja feliz: a coragem, a prudência, a temperança e a justiça, Ainda hoje, elas são valorizadas e buscadas. Você já deve ter admirado e até procurado praticar pelo menos algumas delas, como a coragem e a justiça.
O que você provavelmente não imagina é que, para os filósofos e os religiosos que estudaram as quatro virtudes cardeais, uma ideia fica bem clara: uma virtude depende da outra e é quase impossível ter uma sem ter as outras.
A VIRTUDE DOS HERÓIS
Talvez a virtude mais valorizada em todas as culturas seja a coragem, que os antigos também chamavam de fortaleza. Seu oposto é a covardia, a fraqueza. Quem não admira os heróis?
Qual a sociedade que não conta histórias emocionantes a respeito de pessoas corajosas, que lutaram, sofreram e até deram a vida pela pátria, por uma ideia, pela família, pelos amigos?
A ideia de coragem muitas vezes está ligada a força física, que permite vencer a guerra, um combate qualquer. Porém, mais do que isso, a coragem é a capacidade de enfrentar perigos  e desafios, de superar o medo, de suportar dores ou perdas.
Mas a coragem não pode ser também uma coragem dos maus? Por exemplo: assaltar um banco, agredir alguém, desrespeitar uma lei não são atos que exigem coragem? Exatamente por isso, a virtude da coragem não deve existir sozinha: a verdadeira coragem depende das demais virtudes.
UMA VIRTUDE DA RAZÃO
A virtude de que agora falaremos é uma das mais difíceis de explicar, pois hoje quase ninguém fala dela e seu significado até mudou: é a prudência. Ela não é simplesmente aquele cuidado que precisamos ter para não sofrer um acidente ou não ser enganados por alguém. Como virtude, ter prudência é agir com sabedoria, com discernimento entre o certo e o errado; é ter capacidade de saber o que é o bem e o que é o mal.
Podemos, ainda, explicar a prudência como uma espécie de senso moral, uma "bússola" da virtude, uma visão correta da realidade. Assim, a coragem precisa da prudência para que seja uma coragem do bem, usada para causas nobres.
UMA VIRTUDE CONTRA OS EXAGEROS
Outra virtude pouco conhecida hoje, mas sem a qual a prudência não atua, é a chamada temperança, moderação. É o controle das paixões, dos desejos, moderação das necessidades: não comer nem beber demais, não abusar dos prazeres físicos, não se tornar viciado em nada, não desejar dinheiro em excesso. Agir com temperança não significa abandonar tudo isso, mas usar o que for necessário sem abusar de nada.
Dessa virtude depende a prudência: como poderá alguém enxergar o que é certo e o que é errado, se vive bêbado, se só pensa em comer muito ou em se entregar aos prazeres do sexo? Os prazeres em excesso perturbam a  mente e não lhe permitem uma visão clara da realidade. Quem só deseja a própria satisfação não se preocupa com o bem e o mal.
Sem a virtude da temperança, não se pode também ter coragem verdadeira, pois só quem tem controle dos próprios desejos tem controle sobre o medo e a dor.
A VIRTUDE DAS VIRTUDES
Uma das virtudes mais louvadas em todos os tempos e a mais necessária para que os seres humanos convivam entre si é a justiça. Mas o que é a justiça? Alguns dizem que ela, por si só, não existe; depende de como a fazemos. Outros consideram que ela existe independentemente de nós, porque está, em primeiro lugar, em Deus. Segundo esse ponto de vista, devemos buscar em Deus, que é a suprema justiça, a inspiração do que é mais justo.
Definir a justiça não é fácil. Podemos defini-Ia como o respeito à lei estabelecida por uma sociedade. Mas não existem leis injustas? As leis não podem ser mudadas de uma época para outra? Não houve leis injustas que condenaram homens justos? Basta lembrar de Sócrates e Jesus. Então a verdadeira justiça pode até estar nas leis sociais, mas nem sempre.
Justiça também pode ser definida como o ato de dar a alguém o que lhe é devido, ou seja, respeitar os direitos do outro: a sua liberdade, a sua dignidade, enfim, a sua humanidade. É não prejudicar ninguém, é não procurar vantagens para si mesmo à custa de desvantagens para o próximo. É também o equilíbrio e o respeito à igualdade entre as pessoas.
Não é difícil ver como a justiça se relaciona com as outras virtudes. Precisamos de: prudência para enxergar o justo e o injusto, temperança para não deixar desviar nosso julgamento pelos nossos desejos pessoais; por fim, muitas vezes precisamos de coragem para praticar a justiça e defendê-Ia.
 Retirado de: Todos os jeitos de crer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário