quinta-feira, 19 de julho de 2018

Texto de Ensino Religioso para 8º ano


Nossas raízes indígenas
As raízes do Brasil
Embora seja costume dizer que o Brasil foi "descoberto", os índios já habitavam há muito tempo nossa terra. Na verdade, as terras que hoje formam o Brasil eram deles e acabaram sendo tomadas pelos europeus. Hoje temos de "redescobrír" os índios, aprender a vê-los com mais senso de justiça, na sua condição de raiz importante e esquecida da nossa cultura.
Algumas pessoas afirmam que o índio não tem religião. Esse é um resquício de preconceito que os colonizadores europeus trouxeram: qualquer religião que não fosse a deles não era considerada religião. Se pensarmos em religião como aquilo que tem relação com crenças, valores, rituais e cultos, então os índios obviamente têm a sua religião. Mas corno conhecê-la, uma vez que ela não está nos livros? Só podemos fazer isso por meio das tradições orais.
O problema é que muitas nações indígenas foram exterminadas. Quando os portugueses aqui chegaram, havia mais de mil povos indígenas, somando de 2 a 4 milhões de indivíduos - alguns estudiosos falam em 5 milhões. Atualmente restam pouco mais de 200 povos, com cerca de 300 a 350 mil índios. O que sabemos hoje sobre esses povos nos foi transmitido pelos poucos índios que .restaram e pelos estudiosos que, no decorrer dos' séculos, recolheram seus mitos e suas ideias e observaram suas práticas.
O que é sagrado para os índios
Há muita coisa sagrada para os povos indígenas: a terra em que nascem e enterram seus mortos; os espíritos dos que se foram; as forças da natureza comandadas por espíritos e deuses; os ritos que praticam em danças e cantos.
Para pedir chuva, para celebrar um casamento, para enterrar um morto, para festejar uma vitória de guerra, os índios têm rituais próprios, dos quais homens, mulheres e crianças participam, quase sempre cantando e dançando.
É difícil falar dos rituais, porque são muitos os povos e muitos os nomes de cada ritual. Mas a maioria deles são "ritos de passagem", isto é, marcam um momento importante na vida de cada indivíduo. Assim, praticam-se ritos ou rituais quando se passa a um novo estado social, quando nasce um bebê, quando há um casamento, quando se entra no mundo adulto ou no mundo dos mortos.
Quando um adolescente entra no mundo adulto, por exemplo, os meninos têm de passar por várias provas e aguentar firme a dor para mostrar que serão guerreiros valentes. Ficam também um período sem poder sair de casa. No caso das meninas, elas passam algum tempo trancadas e precisam se preparar para serem mulheres. Entre os Kayapó, a menina fica três semanas sem sair, devendo sofrer pequenas incisões com dentes de piranha para purificar o sangue. Entre as tribos do Xingu, a reclusão das meninas dura de seis meses a um ano, em completa escuridão. Depois desse período, a moça pode se casar.
Como os índios tratam uns aos outros
Um dos valores da cultura indígena é o respeito que se tem pelos mais velhos. São eles que detêm o saber e a tradição e transmitem o que é preciso ensinar às novas gerações. Os velhos não são deixados de lado nem abandonados, porque são parte vital da comunidade.
Os índios também tratam muito bem as crianças. Eles jamais batem nelas ou gritam com elas; em vez disso, ensinam com toda a paciência o que elas precisam aprender. Os meninos aprendem a pescar, caçar e guerrear. As meninas aprendem a plantar, cozinhar e trançar. Na cultura indígena, há divisão de trabalho entre homens e mulheres.
Os pajés
A pessoa mais respeitada da tribo é o pajé, pois é ele que detém o poder de entrar em contato com o mundo invisível. Ele vê os espíritos, cura as doenças, dá conselhos, prevê o futuro e comanda os rituais. Sabe de todas as tradições e conhece todos os segredos. Segundo a tradição indígena, os pajés são pessoas capazes de ver, em sonho, tanto os espíritos como a solução dos problemas. Certa vez, em uma entrevista, um pajé explicou que quando ele sonhava seu espírito saía do corpo. "
Os pajés também fazem a chamada "pajelança", um ritual em que eles fumam, cantam e fazem suas rezas para afastar algum 'espírito mau que esteja atormentando uma pessoa ou para curar uma doença. Na pajelança, usam-se também ervas medicinais que os índios vão buscar na mata para o tratamento dos doentes.
Retirado de: Todos os jeitos de crer.

Texto de Ensino Religioso para 7º ano

AS VIRTUDES DOS ANTIGOS                                                     
Desde os antigos gregos, há quatro virtudes consideradas cardeais, isto é, essenciais para que o ser humano seja feliz: a coragem, a prudência, a temperança e a justiça, Ainda hoje, elas são valorizadas e buscadas. Você já deve ter admirado e até procurado praticar pelo menos algumas delas, como a coragem e a justiça.
O que você provavelmente não imagina é que, para os filósofos e os religiosos que estudaram as quatro virtudes cardeais, uma ideia fica bem clara: uma virtude depende da outra e é quase impossível ter uma sem ter as outras.
A VIRTUDE DOS HERÓIS
Talvez a virtude mais valorizada em todas as culturas seja a coragem, que os antigos também chamavam de fortaleza. Seu oposto é a covardia, a fraqueza. Quem não admira os heróis?
Qual a sociedade que não conta histórias emocionantes a respeito de pessoas corajosas, que lutaram, sofreram e até deram a vida pela pátria, por uma ideia, pela família, pelos amigos?
A ideia de coragem muitas vezes está ligada a força física, que permite vencer a guerra, um combate qualquer. Porém, mais do que isso, a coragem é a capacidade de enfrentar perigos  e desafios, de superar o medo, de suportar dores ou perdas.
Mas a coragem não pode ser também uma coragem dos maus? Por exemplo: assaltar um banco, agredir alguém, desrespeitar uma lei não são atos que exigem coragem? Exatamente por isso, a virtude da coragem não deve existir sozinha: a verdadeira coragem depende das demais virtudes.
UMA VIRTUDE DA RAZÃO
A virtude de que agora falaremos é uma das mais difíceis de explicar, pois hoje quase ninguém fala dela e seu significado até mudou: é a prudência. Ela não é simplesmente aquele cuidado que precisamos ter para não sofrer um acidente ou não ser enganados por alguém. Como virtude, ter prudência é agir com sabedoria, com discernimento entre o certo e o errado; é ter capacidade de saber o que é o bem e o que é o mal.
Podemos, ainda, explicar a prudência como uma espécie de senso moral, uma "bússola" da virtude, uma visão correta da realidade. Assim, a coragem precisa da prudência para que seja uma coragem do bem, usada para causas nobres.
UMA VIRTUDE CONTRA OS EXAGEROS
Outra virtude pouco conhecida hoje, mas sem a qual a prudência não atua, é a chamada temperança, moderação. É o controle das paixões, dos desejos, moderação das necessidades: não comer nem beber demais, não abusar dos prazeres físicos, não se tornar viciado em nada, não desejar dinheiro em excesso. Agir com temperança não significa abandonar tudo isso, mas usar o que for necessário sem abusar de nada.
Dessa virtude depende a prudência: como poderá alguém enxergar o que é certo e o que é errado, se vive bêbado, se só pensa em comer muito ou em se entregar aos prazeres do sexo? Os prazeres em excesso perturbam a  mente e não lhe permitem uma visão clara da realidade. Quem só deseja a própria satisfação não se preocupa com o bem e o mal.
Sem a virtude da temperança, não se pode também ter coragem verdadeira, pois só quem tem controle dos próprios desejos tem controle sobre o medo e a dor.
A VIRTUDE DAS VIRTUDES
Uma das virtudes mais louvadas em todos os tempos e a mais necessária para que os seres humanos convivam entre si é a justiça. Mas o que é a justiça? Alguns dizem que ela, por si só, não existe; depende de como a fazemos. Outros consideram que ela existe independentemente de nós, porque está, em primeiro lugar, em Deus. Segundo esse ponto de vista, devemos buscar em Deus, que é a suprema justiça, a inspiração do que é mais justo.
Definir a justiça não é fácil. Podemos defini-Ia como o respeito à lei estabelecida por uma sociedade. Mas não existem leis injustas? As leis não podem ser mudadas de uma época para outra? Não houve leis injustas que condenaram homens justos? Basta lembrar de Sócrates e Jesus. Então a verdadeira justiça pode até estar nas leis sociais, mas nem sempre.
Justiça também pode ser definida como o ato de dar a alguém o que lhe é devido, ou seja, respeitar os direitos do outro: a sua liberdade, a sua dignidade, enfim, a sua humanidade. É não prejudicar ninguém, é não procurar vantagens para si mesmo à custa de desvantagens para o próximo. É também o equilíbrio e o respeito à igualdade entre as pessoas.
Não é difícil ver como a justiça se relaciona com as outras virtudes. Precisamos de: prudência para enxergar o justo e o injusto, temperança para não deixar desviar nosso julgamento pelos nossos desejos pessoais; por fim, muitas vezes precisamos de coragem para praticar a justiça e defendê-Ia.
 Retirado de: Todos os jeitos de crer.

Texto de Ensino Religioso para o 6º ano


Em cada Tradição Religiosa, a leitura dos Textos Sagrados possibilita aos seus seguidores escolherem sobre o que é melhor para si e para os outros. Para isso, cada Tradição Religiosa desenvolveu ao longo da sua história maneiras apropriadas ao seu contexto para realizar a leitura dos Textos Sagrados de forma individual e coletiva. Algumas delas utilizam os Textos Sagrados durante as cerimônias religiosas coletivas; outras utilizam em momentos de oração e meditação individual; outras ainda utilizam para momentos de estudos e reflexões.
Veja algumas como e onde os textos sagrados são utilizados em algumas tradições religiosas:
Este Texto Sagrado é muito utilizado nas Sinagogas para o culto e o estudo. A leitura que se realiza no templo, geralmente se inicia com uma leitura semanal, sucedida da leitura do texto de algum dos profetas. Depois se realiza a interpretação por algum rabino ou pelos participantes, desde que tenham esse conhecimento para realizar as reflexões e discussões sobre o texto. Os meninos, aos 13 anos, ao serem apresentados na Sinagoga, recebem o Texto para ler diante da comunidade e após o ritual são considerados adultos na fé. Geralmente o Texto em pergaminhos está escrito da direita para a esquerda e é lido como Yad.
Este Texto é utilizado pelos sacerdotes nos templos e seus ensinamentos são entoados em formas de mantras nos templos e no culto doméstico. As crianças ouvem seus ensinamentos desde cedo nas famílias e nos templos hindus conforme cada casta.
Ele é utilizado pelos Sheiks e professores  das escolas Corânicas nas Mesquitas e pelos fiéis nas suas orações e estudos a fim de que mentalizem e interiorizem a mensagem de Allhá. Nas cerimônias religiosas que ocorrem nas mesquitas, a recitação de trechos do Texto Sagrado, geralmente é realizada na língua árabe e, posteriormente, interpretada aos membros da comunidade conforme a língua local.
Este Texto é utilizado pelos dirigentes - médiuns - nas reuniões que ocorrem nos centros espíritas. Apresenta mais de mil questões com suas respectivas respostas pelos espíritos e pode ser usado por todos seguidores. Utilizam-no na iniciação das crianças e adolescentes e sua utilização perpassa por toda a vida adulta.
O Texto Sagrado -é utilizado pelos sacerdotes durante os encontros comunitários nos templos e nas orações pessoais. Ao que os católicos chamam de missa, os ortodoxos chamam de divina liturgia. Nas cerimônias religiosas, geralmente os Textos são cantados, um pelo sacerdote e outro por membros da comunidade.
Nesta Tradição Religiosa o Texto Sagrado é utilizado em vários momentos da vida da comunidade. Um deles é a missa, quando o Texto Sagrado é lido por membros da comunidade ou por seus líderes religiosos. Outro momento é na catequese, período de preparação para os sacramentos da eucaristia e da crisma. Por isso, o Texto Sagrado é utilizado em altares nos locais sagrados e pelas famílias desta Tradição Religiosa.
Esta tradição tem no seu Texto Sagrado, a narrativa da vida de Mahavira, o qual contém ensinamentos que as crianças e jovens aprendem a observar a partir dos estudos que realizam com os sacerdote Jainistas e seguindo os exemplos dos mais idosos da sua família.
Este Texto Sagrado é utilizado por muitas denominações religiosas que surgiram a partir da reforma protestante. Ele é utilizado como base de toda pregação dos seus líderes religiosos nos cultos e demais atividades desenvolvidas com crianças e jovens nas comunidades evangélicas. É muito utilizado para estudos teológicos por parte dos pastores e pregadores.
Nesta. tradição utiliza-se um único Livro Sagrado. O manuseio é realizado com muito cuidado e respeito. Geralmente é coberto com  roupas ou guirlandas e é posto sobre um trono específico. Ao ler o Texto Sagrado, geralmente se abana o mesmo com  um chauri em sinal de respeito às verdades sobre o Transcendente, o qual recebe vários nomes, sendo o mais popular de Vahiguru.
Neste sentido, identificam-se nas Tradições Religiosas diferentes maneiras de realizar  a transmissão dos seus ensinamentos às crianças, jovens e adultos por meio de cânticos, recitações, leituras, pregações, interpretações, reflexões, encenações, estudos e muitas outras formas, no intuito de garantir o entendimento das mensagens contidas nos Textos Sagrados.
A experiência de leitura dos Textos Sagrados nas diferentes Tradições Religiosas inspira ações transformadoras. Vamos conhecer duas delas?
Agnes Gonxha Bojaxhiu, conhecida como Madre Teresa de Calcutá, nascida na Macedônia (1910) tornou-se religiosa e transferiu-se para a cidade de Calcutá, na Índia. Encontrou situações sociais e culturais precárias. Tendo em mente estas situações mente esta situação, ocupava-se diariamente com a leitura e a meditação do Texto Sagrado a fim de encontrar as  respostas àquilo que deveria fazer. A partir  das suas reflexões, optou em investir sua vida no no cuidado dos doentes e no ensino da leitura e da escrita às crianças daquela região.
Mahatma Gandhí (do sânscrito Grande Alma) nasceu na cidade de Porbandar na índia e viveu no período de 1869 a 1948. Seu pai era político e sua mãe, muito devota, instruiu-o nos costumes religiosos hindus da Vaisnava, denominação religiosa que cultiva a devoção à divindade Visnhu. Formou-se em direito na Inglaterra e depois de passar um pequeno período na África, retornou à índia, onde liderou movimentos em prol da independência de seu país por meio de ações não violentas, demonstrando que a alternativa para o ódio é o amor e a verdade. Os ensinamentos aprendidos dos Quatro Vedas e a consciência humanitária foram expressos nas suas atitudes, como as greves de fome, os períodos de reflexão e oração e sua disponibilidade em apenas fazer o bem.
 Retirado de: Redescobrindo o Ensino Religioso.