domingo, 1 de setembro de 2013

A ética nas tradições religiosas tribais e ocidentais

A ética nas Tradições Religiosas tribais e ocidentais
A ética surge a partir da necessidade constante de avaliar o que está estabelecido como oralmente correto. Implica fazer escolhas, portanto, ela deve provocar uma constante reflexão sobre o que se deve fazer frente ao que está estabelecido como "correto", "bom", "justo" ou não. ética, neste sentido, não é estática, mas dinâmica, e possibilita ao ser humano contribuir com a humanidade no tempo e no contexto sócio-histórico-cultural em que está inserido. Ela é o "espírito" que está por trás das leis, normas, valores e princípios.
A ética envolve a legítima preocupação com a dignidade das pessoas em todas as situações que vivemos, independentemente das diferenças - classe social, etnia, gênero, crença religiosa ... É por
meio de comportamento e postura ética que podemos respeitar os valores morais e assim realizar um verdadeiro encontro com o Outro, considerando-o tão importante quanto nós mesmos.
Como você exercita a ética nas suas relações? Vamos pensar?
Atualmente, é possível encontrar situações em que a ética deixa de ser praticada, o que torna muito importante o ser humano sempre refletir suas atitudes antes de expressá-Ias. Para viver de maneira ética, as pessoas precisam exercitar outras qualidades que as conduzem para uma convivência harmoniosa e acolhedora, tais como: sensibilidade, ternura, compreensão, tolerância e respeito.
O ser humano reage a quaisquer elementos que estejam disponíveis à sua volta, entre eles o Outro, que é capaz de causar emoções que regulam suas ações e influenciam a maneira de vê-Io. Tais reações ao Outro estão relacionadas à opinião da pessoa sobre as diferenças. Assim, se a pessoa considera as diferenças uma ameaça à sua liberdade e segurança individual, reagirá de modo a promover conflitos. Por outro lado, se a pessoa considera as diferenças enriquecedoras e desafiadoras, reagirá com abertura para conhecer o Outro.
Aproximar-se do Outro exige abrir mão da imagem que ele transmite, que algumas vezes pode assustar ou incomodar, para conhecê-Io em sua identidade e alteridade. Da mesma maneira, tão importante quanto este processo é deixar-se conhecer, evitando usufruir de uma imagem que mantém a sensação de segurança para arriscar-se a encontrar alguém confiável, que retribua o respeito dedicado.
A cultura concede orientações para o encontro com o Outro, influenciando a maneira de agir do ser humano. Como destaque na cultura, podemos citar as Tradições Religiosas que contribuem para a prática da ética, pois concedem orientações e outros elementos que permitem reconhecer a importância de evitar situações em que a dignidade da vida seja ferida. Para isso, é necessário compreender quais são os princípios éticos que as Tradições Religiosas oferecem aos indivíduos e à sociedade, considerando que a ética não está relacionada apenas às leis e obrigações, mas está vinculada à liberdade de cada cultura viver seus costumes de forma consciente e respeitosa.
Nesse contexto, as Tradições Religiosas devem propor a ética da alteridade, princípio que permite estabelecer uma relação respeitosa, fundada na acolhida, na liberdade e na responsabilidade, influenciando o modelo de convivência que a pessoa vive e o respeito que é capaz de expressar em relação a si mesma e ao próximo.
Para as Tradições Religiosas tribais (povos africanos, afro-brasileiros e indígenas), a ética na alteridade se concretiza no profundo respeito, cuidado e preservação da vida como um todo. A África, bem como as culturas afro-brasileiras: Candomblé, Umbanda, Tambor de Mina, dentre outros, são exemplos que podem contribuir significativamente para a humanidade porque possuem:
. forte senso de comunidade e solidariedade;
. profundo respeito ao Sagrado;
. apreciação dos critérios tradicionais e valorização dos anciãos;
. visão holística do mundo e do ser humano, havendo espaço e lugar para todos independentemente de idade, ou seja, nessa visão não é possível compreender o ser humano e o mundo separadamente.
Os povos indígenas da América do Norte, América Central e América do Sul, apresentam características histórico-socioculturais especificamente diferentes. No Brasil, mesmo apresentando uma enorme diversidade, há algumas orientações éticas semelhantes que podem contribuir significativamente para a humanidade, como:
. a relação de respeito com a natureza como elemento Sagrado;
. a extração de bens naturais de forma equilibrada, sem desperdícios;
O profundo respeito aos anciãos da comunidade;
. a educação para a autonomia, independência e responsabilidade, isto é, uma educação que, respeitando as fases do desenvolvimento, possibilite ao ser humano maior consciência das consequências dos seus atos e da importância de terem opiniões que contribuam com o bem comum.
Nas Tradições Religiosas ocidentais, a questão ética está mais relacionada a um conjunto de valores e normas humanizadoras, fundadas na crença a uma divindade.
Na Tradição Religiosa judaica, a ética encontra o fundamento na consciência comunitária e no compromisso com o Transcendente, expresso nas tábuas da lei - os dez mandamentos. São parâmetros para a percepção da ética, que orientam a vida humana nos aspectos social, cultural e religioso.
Na Tradição Religiosa cristã, a ética é compreendida a partir da mensagem e ação de Jesus que passam a ser o fundamento da com preensão da ética cristã. Ser ético, segundo a tradição cristã, é comprometer-se em defender radicalmente a vida, respeitando as diferenças e a dignidade do ser humano.
Na Tradição Religiosa islâmica há uma preocupação com a felicidade em vida e após a morte. Para isso, a principal preocupação ética dos muçulmanos são as questões sobre a justiça e as relações que o ser humano estabelece com os seus semelhantes e a natureza. As orientações são voltadas à convivência respeitosa nas famílias, às amizades, ao meio ambiente e ao temor ao Transcendente, fundamentadas nos cinco pilares do Islã.
Tendo em mente as orientações éticas que perpassam as Tradições Religiosas tribais e ocidentais, pode-se considerar que a ética se constitui em:
. preservar a vida em todas as suas expressões.
. respeitar as diferenças.
. construir relações pautadas no respeito e na confiança.
.alegrar-se com o bem da coletividade e do outro.
. promover os direitos humanos e sociais.
.não se apegar aos bens materiais.

. recriar as relações com a natureza reconhecendo sua dimensão de sacralidade.
Texto retirado do livro "Redescobrindo o Universo Religioso"

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Atividade para o 6º ano

EXPERIÊNCIAS DE LEITURA DE TEXTOS SAGRADOS
Em cada Tradição Religiosa, a leitura dos Textos Sagrados possibilita aos seus seguidores escolherem sobre o que é melhor para si e para os outros. Para isso, cada Tradição Religiosa desenvolveu ao longo da sua história maneiras apropriadas ao seu contexto para realizar a leitura dos Textos Sagrados de forma individual e coletiva. Algumas delas utilizam os Textos Sagrados durante as cerimônias religiosas coletivas; outras utilizam em momentos de oração e meditação individual; outras ainda utilizam para momentos de estudos e reflexões.
Veja algumas como e onde os textos sagrados são utilizados em algumas tradições religiosas:
Este Texto Sagrado é muito utilizado nas Sinagogas para o culto e o estudo. A leitura que se realiza no templo, geralmente se inicia com uma leitura semanal, sucedida da leitura do texto de algum dos profetas. Depois se realiza a interpretação por algum rabino ou pelos participantes, desde que tenham esse conhecimento para realizar as reflexões e discussões sobre o texto. Os meninos, aos 13 anos, ao serem apresentados na Sinagoga, recebem o Texto para ler diante da comunidade e após o ritual são considerados adultos na fé. Geralmente o Texto em pergaminhos está escrito da direita para a esquerda e é lido como Yad.
Este Texto é utilizado pelos sacerdotes nos templos e seus ensinamentos são entoados em formas de mantras nos templos e no culto doméstico. As crianças ouvem seus ensinamentos desde cedo nas famílias e nos templos hindus conforme cada casta.
Ele é utilizado pelos Sheiks e professores  das escolas Corânicas nas Mesquitas e pelos fiéis nas suas orações e estudos a fim de que mentalizem e interiorizem a mensagem de Allhá. Nas cerimônias religiosas que ocorrem nas mesquitas, a recitação de trechos do Texto Sagrado, geralmente é realizada na língua árabe e, posteriormente, interpretada aos membros da comunidade conforme a língua local.
Este Texto é utilizado pelos dirigentes - médiuns - nas reuniões que ocorrem nos centros esritas. Apresenta mais de mil questões com suas respectivas respostas pelos espíritos e pode ser usado por todos seguidores. Utilizam-no na iniciação das crianças e adolescentes e sua utilização perpassa por toda a vida adulta.
O Texto Sagrado -é utilizado pelos sacerdotes durante os encontros comunitários nos templos e nas orações pessoais. Ao que os católicos chamam de missa, os ortodoxos chamam de divina liturgia. Nas cerimônias religiosas, geralmente os Textos são cantados, um pelo sacerdote e outro por membros da comunidade.
Nesta Tradição Religiosa o Texto Sagrado é utilizado em vários momentos da vida da comunidade. Um deles é a missa, quando o Texto Sagrado é lido por membros da comunidade ou por seus líderes religiosos. Outro momento é na catequese, período de preparação para os sacramentos da eucaristia e da crisma. Por isso, o Texto Sagrado é utilizado em altares nos locais sagrados e pelas famílias desta Tradição Religiosa.
Esta tradição tem no seu Texto Sagrado, a narrativa da vida de Mahavira, o qual contém ensinamentos que as crianças e jovens aprendem a observar a partir dos estudos que realizam com os sacerdote Jainistas e seguindo os exemplos dos mais idosos da sua família.
Este Texto Sagrado é utilizado por muitas denominações religiosas que surgiram a partir da reforma protestante. Ele é utilizado como base de toda pregação dos seus líderes religiosos nos cultos e demais atividades desenvolvidas com crianças e jovens nas comunidades evangélicas. É muito utilizado para estudos teológicos por parte dos pastores e pregadores.
Nesta. tradição utiliza-se um único Livro Sagrado. O manuseio é realizado com muito cuidado e respeito. Geralmente é coberto com  roupas ou guirlandas e é posto sobre um trono específico. Ao ler o Texto Sagrado, geralmente se abana o mesmo com  um chauri em sinal de respeito às verdades sobre o Transcendente, o qual recebe vários nomes, sendo o mais popular de Vahiguru.
Neste sentido, identificam-se nas Tradições Religiosas diferentes maneiras de realizar  a transmissão dos seus ensinamentos às crianças, jovens e adultos por meio de cânticos, recitações, leituras, pregações, interpretações, reflexões, encenações, estudos e muitas outras formas, no intuito de garantir o entendimento das mensagens contidas nos Textos Sagrados.
A experiência de leitura dos Textos Sagrados nas diferentes Tradições Religiosas inspira ações transformadoras. Vamos conhecer duas delas?
Agnes Gonxha Bojaxhiu, conhecida como Madre Teresa de Calcutá, nascida na Macedônia (1910) tornou-se religiosa e transferiu-se para a cidade de Calcutá, na Índia. Encontrou situações sociais e culturais precárias. Tendo em mente estas situações mente esta situação, ocupava-se diariamente com a leitura e a meditação do Texto Sagrado a fim de encontrar as  respostas àquilo que deveria fazer. A partir  das suas reflexões, optou em investir sua vida no no cuidado dos doentes e no ensino da leitura e da escrita às crianças daquela região.

Mahatma Gandhí (do sânscrito Grande Alma) nasceu na cidade de Porbandar na índia e viveu no período de 1869 a 1948. Seu pai era político e sua mãe, muito devota, instruiu-o nos costumes religiosos hindus da Vaisnava, denominação religiosa que cultiva a devoção à divindade Visnhu. Formou-se em direito na Inglaterra e depois de passar um pequeno período na África, retornou à índia, onde liderou movimentos em prol da independência de seu país por meio de ações não violentas, demonstrando que a alternativa para o ódio é o amor e a verdade. Os ensinamentos aprendidos dos Quatro Vedas e a consciência humanitária foram expressos nas suas atitudes, como as greves de fome, os peodos de reflexão e oração e sua disponibilidade em apenas fazer o bem.



domingo, 11 de agosto de 2013

Atividade para o 9º ano

A TRADIÇÃO RELIGIOSA NO PROJETO DE VIDA
   Se as religiões estão para humanizar e sensibilizar as pessoas frente aos problemas sociais presentes na humanidade, além de despertarem o ser .humano para uma atitude de respeito e reverência frente a Outrem, podem contribuir com o desenvolvimento dos projetos de vida.
  Há jovens, em praticamente todas as Tradições Religiosas, . único e inacessível: divindade(s). ser
envolvidos ativamente em atividades de solidariedade e voluntariado,
agregando ideais e ações destes espaços aos projetos pessoais.
   Além de agregar ideais e ações de determinada Tradição Religiosa, os jovens e demais pessoas
encontram nas Tradições Religiosas critérios, valores e ensinamentos que dão sustentação aos projetos
de vida, concedendo espaço para desenvolvê-Ios e tornando seus sonhos realidade.
Para tanto, as Tradições Religiosas, ao realizarem experiências comunitárias com atividades destinadas às diferentes fases da vida e que envolvem o bem coletivo, contribuem para que as pessoas aprendam
a refletir a sua participação no desenvolvimento humano e social, como também a se organizar embusca do bem-viver. Desta forma, são subsidiadas por estas experiências para elaborarem os seus projetos
de vida. Vamos descobrir como as Tradições Religiosas fazem isso?
    No Cristianismo, diferentes denominações religiosas acreditam que Deus tem um plano para cada
um e realizam atividades com crianças, jovens, casais e idosos, a fim de que em cada fase da vida, possam
comunitariamente vivenciar a mensagem cristã, priorizando  a fé, a esperança e o amor ao próximo. Os jovens recebem orientações de acordo com os ensinamentos cristãos e realizam experiências de oração e de soliariedade com pessoas e comunidades carentes. Essas atividades, entre outras, contribuem para que as
incluam em seu projeto de vida primando por um novo futuro fundamentado no amor e na justiça.
    Os cristãos católicos têm no ritual do crisma a crença de que o jovem passa a assumir sua vida
espiritual, desenvolvendo seu projeto de vida em consonância com os princípios e valores católicos,
atuando nos grupos de jovens, nas liturgias, nos grupos de canto, em pastorais e/ou catequese.
Nas comunidades cristãs evangélicas, algumas igrejas possuem uma estrutura em nível local e nacional onde os jovens se organizam e desenvolvem seus dons em prol da comunidade, exercendo o seu protagonismo na medida em que desenvolvem uma consciência crítica frente às problemáticas sociais. Além do mais, atuam na música, nos grupos de jovens, acampamentos, retiros e outras atividades de evangelização que
contribuem em seu projeto de vida.
Na cosmovisão africana cada pessoa é um ser com que vive com. A comunidade é o espaço em que todos mantêm a ligação, os laços com a família e com o grupo social. Os vivos e seus ancestrais convivem numa relação de complementaridade. Todo africano e afro-brasileiro é orientado desde criança a encontrar sua força vital, seu sentido enquanto ser na união com Outros, visíveis e invisíveis, isto é, com os vivos e seus
antepassados.
Este processo perpassa nos rituais, os quais fortalecem e legitimam a experiência religiosa na comunidade. No senso de pertencimento à comunidade encontram-se os valores e princípios éticos que orientam a vida dos integrantes das religiões africanas e afro-brasileiras. O mérito e a responsabilidade vai além do sujeito, pois adentra ao mundo dos humanos, dos ancestrais e da natureza. Os mitos, cantos, celebrações e rituais ligam estes mundos entre si, e o jovem participa normalmente em todos os momentos da vida comunitária e religiosa. Dessa forma, o modo de viver nesta cultura contribui para que a dimensão comunitária se faça presente no projeto de vida das pessoas.
Na cultura indiana, em que predomina o Hinduísmo como um conjunto de Tradições Religiosas, encontram-se quatro grandes fases da vida que visam favorecer a organização pessoal e coletiva.
• A primeira refere-se ao tempo em que cada criança e jovem adquire conhecimentos relacionados às
virtudes e a prática da meditação. Os gurus ou sacerdotes, juntamente com os pais, responsabilizam-se
por essa orientação.
• A segunda fase destina-se à constituição da família e o desenvolvimento material, necessários à subsistência.
• A terceira diz respeito ao processo de desprendimento  dos bens materiais e maior preocupação com os bens espirituais.
• A última fase caracteriza-se pela dedicação à meditação, libertando-se do mundo material em vista da plenitude espiritual.
    No Hinduísmo, portanto, a formação dos jovens também contribui para a vivência de um projeto e Vida,ao oportunizar a participação nos rituais de devoção, cantos e recitações de orações meditativas  em formas de mantras. Estes, por sua vez, são recomendados pelos mestres espirituais aos iniciantes, pois acreditam que possuem uma força espiritual que leva à libertação. Essa iniciação tem por objetivo auxiliar a pessoa a conectar-se com alguma divindade. A união favorecerá a integração entre corpo e mente, considerada necessária à realização espiritual.
Na tradição islâmica, encontram-se os cinco pilares, sobre os quais muitos muçulmanos elaboram seus projetos de vida. O segundo pilar do islã é o Salah (orar cinco vezes ao dia), cotidianamente praticado como forma de viver em constante diálogo com Allhá.
    Na Tradição Budista, as crianças são iniciadas nas práticas e ensinamentos budistas a fim de que, na juventude e vida adulta, desenvolvam seus projetos de vida. Para eles, a sanga (comunidade) é como uma família, em que cada integrante é apoiado no desenvolvimento dos seus projetos, pois não beneficiam    apenas o indivíduo, mas a comunidade toda.
     Os mandamentos que, segundo a tradição I judaica, foram revelados a Moisés, são um resumo da lei divina, em que o amor a Deus ganha centralidade. Ao participar da vida comunitária, todo jovem judeu tem a possibilidade de desenvolver seu projeto de vida. Para isso, há de passar pelo ritual o Bar-Mitzvá e Bat-Mitzvá.
Para os adeptos da tradição Fé Baha'í, a vida é compreendida como um grande projeto que se inicia no ventre materno e visa ao crescimento espiritual, tendo em vista a eternidade. Portanto, cada adepto deve organizar sua vida segundo alguns princípios, dentre os quais pode-se citar: ser contra todo tipo de
preconceito, discriminação, má distribuição de renda, conflitos entre os povos, além de buscar sempre as perfeições divinas como a humildade, honestidade, veracidade, bondade e disponibilidade para atender os que necessitam.
O Espiritismo visa constantemente a promoção do ser humano, por isso propõe a todos adeptos que avaliem seu contexto social e, neste, suas condições, prioridades e ideias de liberdade. Além do mais, um dos pontos centrais na doutrina espírita é a prática da caridade no local em que cada um vive.
Por isso, todo jovem é orientado a realizar formações para melhor compreender sua presença neste mundo e realizar seu projeto voltado à libertação do espírito.
Para o Xintoísmo, o tempo presente é fundamental. Ele ocupa a centralidade da vida e, por isso, cada
pessoa é a principal responsável pelo seu cuidado para que possa aproveitar as oportunidades de conhecimento e crescimento. Os projetos de vida são gerados, em grande parte, no ambiente familiar e comunitário e tem grande relação com a natureza, a vida dissociada dela, é incompatível com os ideais xintoístas. A participação em encontros celebrativos , em cultos aos ancestrais e o respeito aos idosos, pois deles se herda  a sabedoria o respeito à terra, ao meio ambiente e aquilo que transcende este mundo, sao alguns dos princípios que devem nortear o desenvolvimento do projeto de vida dos xintoístas.
   Nas tradições indígenas, tratar o tema projeto de vida é desafiante, pois elas apresentam uma cosmovisão que difere significativamente das demais. Um projeto de vida é para todos da tribo, poís vem desde as  e origens de cada grupo étnico, que foi construindo um modo próprio de ser e pensar, agir, criar, recriar, crer e expressar suas crenças. O projeto de cada grupo se completa a relação com outros grupos.
Percebeu-se, portanto, que a Tradição Religiosa contribui com a elaboração e desenvolvimento e projetos de vida, tanto em nível individual quanto coletivo. A dimensão espiritual tem de ser considerada na vida cotidiana, pois os que aderem alguma crença, o fazem porque desejam mais vida, mais dignidade e sentido para viver. As Tradições Religiosas, quando fiéis aos princípios fundamentais, podem contribuir com a humanização das pessoas, independentemente de crença religiosa e, inclusive, para além delas mesmas.
APOS LER O TEXTO FAÇA AS ATIVIDADES EM SEU CADERNO.

Atividade para o 8º ano.

INTERCULTURALIDADE: POSSIBILIDADES E DESAFIOS
Se observarmos, todos os seres humanos possuem qualidades  específicas, as quais foram estimuladas e desenvolvidas desde a infância. Pois bem, para entendermos neste primeiro momento o que vem a ser interculturaldade, partiremos de uma ideia desenvolvida por Fornet-Betancourt (2001).
    Para ele, a interculturalidade é uma "qualidade" em que todas as pessoas e culturas poderão obter a partir das relações que estabelecem no cotidiano com a sua e com outras culturas.
    Esta relação se caracteriza por ser envolvente e não superficial; por ser transparente e não fundada em segundas intenções; por ser dialogante e não monóloga. A interculturalidade pressupõe abertura constante ao outro que se apresenta sempre diferente, dinâmico e em constante transformação. O prefixo "inter" expressa uma interação positiva que, na prática, visa superar as barreiras entre povos, comunidades
étnicas e grupos humanos (SALASASTRAIN, 2003).
     Para Costa (2010, p. 142), a interculturalidade "supõe uma inter-ação, como um colocar-se no lugar do outro para, a partir daí, buscar entendê-lo e estabelecer as bases para o diálogo e a convivência. Não se trata de passiva convivência".
    Já para Candau (2011), a interculturalidade encaminha processos que têm no reconhecimento do direito à diversidade e nas lutas contra todas as formas de discriminação e desigualdade, sua base fundamental. É uma perspectiva que exige uma ação constante, pois está sempre inacabada. Para que haja interculturalidade de fato, é, necessário que decididamente se promova relações dialógicas democráticas entre as culturas e os diferentes grupos para ir além da coexistência pacífica em um mesmo território.
       Significa dizer que é necessário construir modos de vida em que todos se sintam parte, integrados e emancipados, respeitadas e (re)conhecidas as singularidades de cada indivíduo e cada grupo ou cultura.
      A relação na perspectiva intercultural desperta nos seres humanos e nas culturas uma corresponsabilidade. Mas, o que esta corresponsabilidade vem a ser?
A corresponsabilidade, na perspectiva intercultural, traz na sua base a dimensão ética, o cuidado e proteção da vida em todas as circunstâncias. É o que possibilita o diálogo, a superação de conflitos e o entendimento respeitoso. Para tanto, a interculturalidade requer outros olhares, mudanças nas formas relações consigo mesmo, com o Outro e com o mundo.
     É fundamental identificar como se estabelecem as relações entre os seres humanos e as culturas entre si. Isso implica perceber as motivações, valores e interesses que perpassam e definem os modelos de relações.
     Na perspectiva  intercultural, o princípio da igualdade de direito é central. Este princípio, por sua vez exige o desenvolvimento de uma postura ou disposição para aprender sempre. Especificamente, aprender a ler e a interpretar o mundo a partir do olhar de várias culturas (FORNET-BETANCOURT, 2004). Esta exigência abrange todas as esferas sociais: política, econômica, educacional, cultural, religiosa ... Mas como seria no campo religioso?
Primeiramente, faz-se necessário entender que não se trata de renunciar às crenças religiosas, nem aderir a várias Religiões ao mesmo tempo. Também não diz respeito apenas aos que pertencem a uma Religião ou estão a participar de várias Religiões.
     Antes de ser uma ameaça, é um enriquecimento significativo a proposição de interrelações tanto
entre os membros das mais diversas Tradições Religiosas como até com os que não integram nenhuma
confessionalidade.
Porque esta proposta encontra-se fundada no respeito e numa convivência que visa superar continuamente todas as formas de discriminação, exclusão e desigualdades, ocasionadas até mesmo por escrúpulos de cunho religioso. Neste sentido, as Tradições Religiosas podem cultivar um espírito de abertura para:
• acolher a diversidade cultural religiosa como uma riqueza da humanidade.
• contribuir na superação dos problemas que geram todo tipo de sofrimento, desigualdade e exclusão.
• manter a fidelidade aos princípios básicos que regem a relação do ser humano com o outro na busca-pela
paz.
• não se fechar às próprias verdades como únicas.
• não reproduzir preconceitos relacionados a pessoas de outras Religiões e as que optam não ter Religião.
Há várias iniciativas no campo religioso que visam promover uma interação positiva entre as Religiões, são caracterizadas também como diálogo lnter-religioso. A instituição do Parlamento Mundial das Religiões é um desses exemplos. Por ocasião do seu centenário, em 1993, o referido Parlamento definiu alguns princípios norteadores de interculturalidade:
• uma ética mundial que oriente as transformações necessárias.
• que esta ética possibilite a todo ser humano um tratamento digno.
• respeito a todo ser vivo como parte de uma cultura da não violência.
• uma organização econômica justa pautada nos ideais de solidariedade.
• criar uma cultura de tolerância e de igualdade de direitos entre homem e mulher.
Consta que o último encontro ocorreu em 2009, na cidade australiana Melbourne, cuja discussão girou em torno da consciência ambiental e o aquecimento global, com ênfase no diálogo entre as Religiões.
Outra organização é a Conferência Mundial das Religiões pela Paz, criada em Kioto, no Japão em 1970, cujo objetivo era promover a paz, lutar pelo desarmamento, combater toda forma de discriminação, suprimir ações de colonialismo em defesa dos direitos humanos.
No Brasil, uma organização que vem crescendo é a Iniciativa das Religiões Unidas (URI), fundada no ano de 2000 na Califórnia/EUA e presente em 167 países. A URI se caracteriza como uma rede mundial que se dedica à promoção permanente da cooperação interreligiosa. Seu objetivo é eliminar toda forma de violência por motivos religiosos, promover cultura de paz e resgatar a relação de respeito com a terra e os seres vivos.
Organizações desta natureza indicam de que é possível pessoas de todas as Tradições Religiosas desenvolverem aquilo que Ihes é mais sagrado: o respeito à vida e à dignidade humana, independentemente
de origem étnica, cultural ou religiosa.
APOS A LEITURA FAÇA AS ATIVIDADES EM SEU CADERNO.

Atividades para o 7º ano

LEIA AS FRASES e faça a atividade.
        Hans kung (2004,p.17) ao escrever sobre religiões no mundo, afirma que "não haverá paz entre as nações, se não houver paz entre as religiões. Não haverá paz entre as religiões, se não existir diálogo entre as religiões. Não haverá diálogos entre as religiões se não existirem padrões éticos globais". Isso não quer dizer uma unica religião, mas um empenho responsável pela paz dentro de cada religião.
        Nelson Mandela refere-se à diversidade religiosa e aos direitos humanos dizendo que "ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por religião. Para odiar,as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar".
       Os textos expressam a preocupação dos líderes religiosos em relação a uma sociedade que não vive em harmonia, não respeita as diferenças e promove a violência. Pode-se compreender que os líderes religiosos procuram contribuir com suas funções para construir uma cultura de paz. que tal elaborar uma mensagem que divulgue essa preocupação para enviar aos seus amigos por e-mail?