A TRADIÇÃO RELIGIOSA NO PROJETO DE VIDA
Se as religiões estão para humanizar e sensibilizar as pessoas frente aos problemas sociais presentes na humanidade, além de despertarem o ser .humano para uma atitude de respeito e reverência frente a Outrem, podem contribuir com o desenvolvimento dos projetos de vida.
Há jovens, em praticamente todas as Tradições Religiosas, . único e inacessível: divindade(s). ser
envolvidos ativamente em atividades de solidariedade e voluntariado,
agregando ideais e ações destes espaços aos projetos pessoais.
Além de agregar ideais e ações de determinada Tradição Religiosa, os jovens e demais pessoas
encontram nas Tradições Religiosas critérios, valores e ensinamentos que dão sustentação aos projetos
de vida, concedendo espaço para desenvolvê-Ios e tornando seus sonhos realidade.
Para tanto, as Tradições Religiosas, ao realizarem experiências comunitárias com atividades destinadas às diferentes fases da vida e que envolvem o bem coletivo, contribuem para que as pessoas aprendam
a refletir a sua participação no desenvolvimento humano e social, como também a se organizar embusca do bem-viver. Desta forma, são subsidiadas por estas experiências para elaborarem os seus projetos
de vida. Vamos descobrir como as Tradições Religiosas fazem isso?
No Cristianismo, diferentes denominações religiosas acreditam que Deus tem um plano para cada
um e realizam atividades com crianças, jovens, casais e idosos, a fim de que em cada fase da vida, possam
comunitariamente vivenciar a mensagem cristã, priorizando a fé, a esperança e o amor ao próximo. Os jovens recebem orientações de acordo com os ensinamentos cristãos e realizam experiências de oração e de soliariedade com pessoas e comunidades carentes. Essas atividades, entre outras, contribuem para que as
incluam em seu projeto de vida primando por um novo futuro fundamentado no amor e na justiça.
Os cristãos católicos têm no ritual do crisma a crença de que o jovem passa a assumir sua vida
espiritual, desenvolvendo seu projeto de vida em consonância com os princípios e valores católicos,
atuando nos grupos de jovens, nas liturgias, nos grupos de canto, em pastorais e/ou catequese.
Nas comunidades cristãs evangélicas, algumas igrejas possuem uma estrutura em nível local e nacional onde os jovens se organizam e desenvolvem seus dons em prol da comunidade, exercendo o seu protagonismo na medida em que desenvolvem uma consciência crítica frente às problemáticas sociais. Além do mais, atuam na música, nos grupos de jovens, acampamentos, retiros e outras atividades de evangelização que
contribuem em seu projeto de vida.
Na cosmovisão africana cada pessoa é um ser com que vive com. A comunidade é o espaço em que todos mantêm a ligação, os laços com a família e com o grupo social. Os vivos e seus ancestrais convivem numa relação de complementaridade. Todo africano e afro-brasileiro é orientado desde criança a encontrar sua força vital, seu sentido enquanto ser na união com Outros, visíveis e invisíveis, isto é, com os vivos e seus
antepassados.
Este processo perpassa nos rituais, os quais fortalecem e legitimam a experiência religiosa na comunidade. No senso de pertencimento à comunidade encontram-se os valores e princípios éticos que orientam a vida dos integrantes das religiões africanas e afro-brasileiras. O mérito e a responsabilidade vai além do sujeito, pois adentra ao mundo dos humanos, dos ancestrais e da natureza. Os mitos, cantos, celebrações e rituais ligam estes mundos entre si, e o jovem participa normalmente em todos os momentos da vida comunitária e religiosa. Dessa forma, o modo de viver nesta cultura contribui para que a dimensão comunitária se faça presente no projeto de vida das pessoas.
Na cultura indiana, em que predomina o Hinduísmo como um conjunto de Tradições Religiosas, encontram-se quatro grandes fases da vida que visam favorecer a organização pessoal e coletiva.
• A primeira refere-se ao tempo em que cada criança e jovem adquire conhecimentos relacionados às
virtudes e a prática da meditação. Os gurus ou sacerdotes, juntamente com os pais, responsabilizam-se
por essa orientação.
• A segunda fase destina-se à constituição da família e o desenvolvimento material, necessários à subsistência.
• A terceira diz respeito ao processo de desprendimento dos bens materiais e maior preocupação com os bens espirituais.
• A última fase caracteriza-se pela dedicação à meditação, libertando-se do mundo material em vista da plenitude espiritual.
No Hinduísmo, portanto, a formação dos jovens também contribui para a vivência de um projeto e Vida,ao oportunizar a participação nos rituais de devoção, cantos e recitações de orações meditativas em formas de mantras. Estes, por sua vez, são recomendados pelos mestres espirituais aos iniciantes, pois acreditam que possuem uma força espiritual que leva à libertação. Essa iniciação tem por objetivo auxiliar a pessoa a conectar-se com alguma divindade. A união favorecerá a integração entre corpo e mente, considerada necessária à realização espiritual.
Na tradição islâmica, encontram-se os cinco pilares, sobre os quais muitos muçulmanos elaboram seus projetos de vida. O segundo pilar do islã é o Salah (orar cinco vezes ao dia), cotidianamente praticado como forma de viver em constante diálogo com Allhá.
Na Tradição Budista, as crianças são iniciadas nas práticas e ensinamentos budistas a fim de que, na juventude e vida adulta, desenvolvam seus projetos de vida. Para eles, a sanga (comunidade) é como uma família, em que cada integrante é apoiado no desenvolvimento dos seus projetos, pois não beneficiam apenas o indivíduo, mas a comunidade toda.
Os mandamentos que, segundo a tradição I judaica, foram revelados a Moisés, são um resumo da lei divina, em que o amor a Deus ganha centralidade. Ao participar da vida comunitária, todo jovem judeu tem a possibilidade de desenvolver seu projeto de vida. Para isso, há de passar pelo ritual o Bar-Mitzvá e Bat-Mitzvá.
Para os adeptos da tradição Fé Baha'í, a vida é compreendida como um grande projeto que se inicia no ventre materno e visa ao crescimento espiritual, tendo em vista a eternidade. Portanto, cada adepto deve organizar sua vida segundo alguns princípios, dentre os quais pode-se citar: ser contra todo tipo de
preconceito, discriminação, má distribuição de renda, conflitos entre os povos, além de buscar sempre as perfeições divinas como a humildade, honestidade, veracidade, bondade e disponibilidade para atender os que necessitam.
O Espiritismo visa constantemente a promoção do ser humano, por isso propõe a todos adeptos que avaliem seu contexto social e, neste, suas condições, prioridades e ideias de liberdade. Além do mais, um dos pontos centrais na doutrina espírita é a prática da caridade no local em que cada um vive.
Por isso, todo jovem é orientado a realizar formações para melhor compreender sua presença neste mundo e realizar seu projeto voltado à libertação do espírito.
Para o Xintoísmo, o tempo presente é fundamental. Ele ocupa a centralidade da vida e, por isso, cada
pessoa é a principal responsável pelo seu cuidado para que possa aproveitar as oportunidades de conhecimento e crescimento. Os projetos de vida são gerados, em grande parte, no ambiente familiar e comunitário e tem grande relação com a natureza, a vida dissociada dela, é incompatível com os ideais xintoístas. A participação em encontros celebrativos , em cultos aos ancestrais e o respeito aos idosos, pois deles se herda a sabedoria o respeito à terra, ao meio ambiente e aquilo que transcende este mundo, sao alguns dos princípios que devem nortear o desenvolvimento do projeto de vida dos xintoístas.
Nas tradições indígenas, tratar o tema projeto de vida é desafiante, pois elas apresentam uma cosmovisão que difere significativamente das demais. Um projeto de vida é para todos da tribo, poís vem desde as e origens de cada grupo étnico, que foi construindo um modo próprio de ser e pensar, agir, criar, recriar, crer e expressar suas crenças. O projeto de cada grupo se completa a relação com outros grupos.
Percebeu-se, portanto, que a Tradição Religiosa contribui com a elaboração e desenvolvimento e projetos de vida, tanto em nível individual quanto coletivo. A dimensão espiritual tem de ser considerada na vida cotidiana, pois os que aderem alguma crença, o fazem porque desejam mais vida, mais dignidade e sentido para viver. As Tradições Religiosas, quando fiéis aos princípios fundamentais, podem contribuir com a humanização das pessoas, independentemente de crença religiosa e, inclusive, para além delas mesmas.
APOS LER O TEXTO FAÇA AS ATIVIDADES EM SEU CADERNO.
obrigado
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